domingo, 27 de dezembro de 2015

O TERRITÓRIO COMO FERRAMENTA ANALÍTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

O TERRITÓRIO COMO FERRAMENTA ANALÍTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA: dos dispositivos de controle à produção de multi/transterritorialidades
Marcos Leandro Mondardo
Resumo

A educação utiliza dispositivos de controle. No processo de formação do estudante, as palavras de ordem e os mecanismos de integração ao mercado, tentam controlar sua força revolucionária, de resistência e de revolta, como condição de comando da sociabilidade. Para Gilles Deleuze e Félix Guattari a educação é um ato essencialmente político. Por isso, inspirado nesses autores, nossa pretensão neste ensaio é desenvolver um exercício de deslocamento conceitual, isto é, desviar o lócus conceitual de “literatura menor” para pensar uma “Geografia menor” por meio da ferramenta analítica, o conceito de território, como uma forma de subversão da própria tradição desse campo disciplinar, pensando a emergência de novos movimentos de desterritorialização na educação. Com isso pretendemos problematizar o surgimento de linhas de fuga no processo educativo e reconhecer os movimentos de luta e resistência comprometidos politicamente com os valores e práticas subversoras por meio da produção de multi/transterritorialidades. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O Mapa das línguas mais faladas do mundo

Em 2015 existem 7 mil milhões de seres humanos que falam 7102 línguas diferentes. Mas cerca de 4.100.000.000 falam apenas 23 línguas. Alberto Lucas López desenhou o mapa proporcional destas 23 principais línguas faladas. Este mapa é uma representação visual de 23 línguas mais faladas no mundo e para qualquer uma delas existem mais de 50.000.000 de falantes. 

Veja e pense.
Porque á tantas línguas, mas apenas 23 destas  correspondem a mais de 55% da população mundial?
Quanto maior a diversidade não seria melhor?



Vejamos o mundo sob a perspectivas das línguas.

Quantidades de línguas por continente.

Em relação ao número de pessoas que falam determinadas línguas, pode-se dizer que o mandarim, ou chinês, á a língua mas falada do mundo com 1,39 bilhões de pessoas seguido pelo inglês com 527 milhões.
Agora veja a diversidade de línguas por continente. qual dos mesmo é o mais diverso?


Em relação ao número de países que falam determinada língua, o inglês é o mais utilizado em 101 países e o português em 12 países.

Tomando por conta, que vivemos um processo de globalização econômica, muitas línguas locais estão morrendo, ou melhor, desaparecendo. veja a espacialização: em vermelho são as línguas com severamente ameaçadas em amarelo seriamente ameaçada e amarelo - ameaçada.



Por fim, quando perguntamos. Qual a língua que as pessoas preferem aprender. O inglês é que tem o maior número. Porque será?


Fonte das figuras: http://www.maisopiniao.com/seis-mapas-graficos-as-linguas-do-mundo/

O Ensino de Geografia e o Futebol

"...Na contramão da grande maioria, que considera o futebol como uma arte por sua beleza estética e cultural, Gomes (2002) assim o reputa por sua capacidade de tornar estético algo banal nas lutas e relações sociais: a disputa territorial. De fato, o futebol metaforiza o choque de diferentes categorias existentes no dia-a-dia, seja numa guerra entre países, em assalto a uma mansão ou até mesmo em uma discussão sobre a posição do muro do vizinho. Ainda conforme Gomes (2002), a bola de futebol é utilizada como um instrumento que demonstra posse e domínio de um grupo sobre o outro. É sua posição e deslocamento, durante o jogo, que explicita as forças e fraquezas das equipes. Com isso, domina-se o adversário. Entretanto, ao contrário dos combates territoriais que acontecem no mundo, o dominado pode, eventualmente, vencer. Ademais, neste esporte, há regras, igualdade de condições (em tese) e a violência é controlada. Assim, assistir a uma partida de futebol metaforiza uma disputa pelo espaço. Portanto, é natural que tal esporte se difunda socialmente, haja vista que reproduz situações do cotidiano e representam setores, cidades, regiões, estados e nações que em nenhuma outra situação sentiram-se representadas. E é na arena onde tudo é posto em jogo: “o campo de futebol é um território, pois é a partir do seu controle e domínio que uma equipe impõe seu prestígio, superioridade e poder sobre a outra” (GOMES, 2002, p. 235)...."


Fonte: Pedro Höfig e Claudio Roberto Bragueto. Considerações sobre geografia e futebol: produção do espaço urbano e apropriação do território. Revista Terr@Plural, Ponta Grossa, v. 7, n. 1, p. 79-92, jan/jun. 2013.


Nesse sentido, como podemos pensar a espacialização do Campeonato Brasileiro de 2015? Vejaa distribuição.



Por que o Futebol é interessante a Geografia?

Leia:
Fernando Rosseto Gallego Campos. Futebol e Geografia: Possibilidade de apreensão através do conceito de Espaço de representação do Futebol.

"...É fundamental que a Geografia dê mais atenção para o futebol, pois este é um importante elemento da sociedade brasileira, tanto sob sua dimensão esportiva quanto cultural, social, identitária e até mesmo espacial. O futebol faz parte do cotidiano dos brasileiros, que manifestam através dele sua cultura e sua visão do espaço. Ele constrói territorialidades próprias, apropriando-se de elementos simbólicos. Ele transcende, assim, sua qualidade esportiva, passando ser um fator essencial para a compreensão da construção espacial e social brasileira e até mesmo mundial. GIULIANOTTI (2002. p. 08) atribui a importância dada ao futebol não apenas porque este é parte integrante de uma cultura, mas também porque “as características valorizadas no jogo nos dizem algo fundamental sobre as culturas em que ele é praticado.” No Brasil, é atribuído ao futebol um importante lugar na constituição de uma cultura nacional, bem como no estabelecimento de uma suposta identidade nacional. BELLOS aponta o futebol como “o símbolo mais forte da identidade brasileira” e “o meio mais eficiente de se integrar à sociedade brasileira” (BELLOS, 2003, p. 09-10). Esta condição apontada por BELLOS exprime a importância que possui o futebol para o brasileiro, pois faz parte de sua vida cotidiana e de suas relações sociais. Roberto DAMATTA (1984, p. 17) afirma que “a construção de uma identidade social, então, como a construção de uma sociedade, é feita de afirmativas e de negativas diante de certas questões”. No Brasil, o futebol é uma destas afirmativas. Para TOLEDO (2000, p. 08), o futebol é “uma manifestação cultural que revela nosso jeito, malícia, alegria ou ginga, o futebol protagonizou os contornos de um processo de identificação construído e engendrado por esses diferentes agentes sociais em interação”...."

Sugestões de leitura:
Flávio Lopes Holgado; Ivaine Maria Tonin. As paisagens e o Futebol. Revista de Geografia - PPGEO-UFJF, Juiz de Fora,  - v. 2, nº 1, p. 1-10, 2012.

Gilmar Mascaranhas. A mutante dimensão espacial do futebol: Forma simbólica e identidade.  Revista Espaço e Cultura. Rio de Janeiro, n. 19-20, p. 61-79, 2005.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Semana da Vida

Escola Estadual Mariano da Rocha - Teixeiras- MG
Durante, a Semana da Vida, realizada entre os dias 30 de novembro e 4 de dezembro de 2015, na Escola Estadual Dr. Mariano da Rocha, além das atividades e oficinas desenvolvidas pelos alunos, docentes e Pibidianos de Geografia e Matemática da UFV. Uma questão premente foi colocada no nome da atividade. Semana da Vida. Nesse íntere, podemos nos perguntar. Quanto a vida começa?

Para ajudarmos a refletir transcrevo o poema Trem da Vida.

Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina na mão. 
À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando. 
Porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho. 
Porque pensa que não é importante.

A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável
Carregar tantas coisas. 
Pesa demais. 
Então você pode escolher: ficar sentado à beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos os que passarem por ali já terão sua própria bagagem. 
Ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala. Mas o que tirar?

Fonte: http://www.mundodasmensagens.com/mensagens-reflexao-vida/

 Nesse contexto, o que é a vida? em suas múltiplas dimensões.
Gostaríamos de aqui registrar frases de algumas pessoas, que contribuíram nesse pensar.






E aproveitando esse momento, curtam algumas imagens da Semana da Vida do Mariano, um Salve.

Equipe de alunos que desenvolveram a instalação pedagógica da célula

Uma célula humana vista por dentro

Pibidianos de Geografia da UFV - Jairo e Karol Mendes


Semana da Ciência - O vulcão em ação



Bolsistas do PIBID Geografia Ana e Mábia

Pibidianos da Geografia-UFV, na Escola Dr. Mariano da Rocha

O Mar de Lama Continua...Uma Agonia do Rio Doce

Mais de um mês após o rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na região Central do Estado, a lama de rejeitos de mineração continua a chegar ao rio Doce. O plano para a contenção do material ainda não tem previsão para ser concluído. Enquanto isso, moradores dos municípios ao longo do curso d’água sofrem para conseguir água limpa. Segundo a assessoria de imprensa da Samarco, proprietária da barragem, a mineradora começou a construir dois diques de 10 m de altura, capazes de reter 2,7 milhões de sedimentos. O objetivo é liberar a água mais limpa e barrar o material sólido, evitando que as chuvas levem sedimentos para o rio Gualaxo, que desemboca no rio Doce. Não foi informado o prazo para terminar as estruturas.


Outras ações informadas pela mineradora são a dragagem da barragem de Santarém, uso de sacos de tecido especial para o armazenamento dos rejeitos e limpeza das áreas afetadas nas cidades de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado.

Fonte: Jornal o tempo, 2/12/2015.

Cenário. Conforme o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), a lama continua a descer da barragem, escorrendo até o ribeirão do Carmo, em Bento Rodrigues, e chega ao rio Doce. O volume de rejeitos, ainda desconhecido, é intensificado em dias de chuva.
Segundo o geólogo da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Eduardo Marx, grande parte da lama que desceu da barragem de Fundão está presa na Usina Risoleta Neves (represa de Candonga) e também nas áreas urbanas das cidades afetadas. “Candonga tinha antes 60 m de profundidade e agora está só com 10 m. É necessário dragar a lama de lá. O escoamento do material vai depender das chuvas”, afirmou.


O especialista, que participa de um estudo especial em curso para analisar o impacto do rompimento, a pedido do Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG), afirma que o escoamento de toda a lama do rio Doce, proveniente de Fundão, pode demorar anos para chegar, por completo, ao mar. “É preciso limpar o material e levá-lo para pequenos bota-foras ao longo do rio”, adiantou.

Foz do Rio Doce e a Lama que desceu de Mariana-MG

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Entrevista sobre Geoinformação em Gestão Pública

Geoinformação é toda informação passível de espacialização, ou seja, tem algum tipo de vínculo geográfico que permite sua localização. Este pode ser um ponto, um endereço, um território, entre outros.
A geo é a união da informação a um atributo geográfico. O que significa que ela tem um endereço, carrega consigo as coordenadas (longitude, altitude e latitude) do local a que se refere.
Geoinformação é um abreviatura para informação geográfica. A informação geográfica ou espacial é criada geralmente pela manipulação de dados geográficos num sistema computadorizado designado sistema de informação geográfica.
Os sistemas podem incluir computadores e redes de computadores, standards e protocolos para o fluxo de dados entre várias aplicações.
Acesse:https://parooarreganho.wordpress.com/2012/07/05/entrevista-sobre-geoinformacao-em-gestao-publica/


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Rio Doce: Uma Agonia

Os danos ambientais causados pela passagem da enxurrada de lama, provocada pelo rompimento de barragens da Samarco em Mariana, foram drásticos, e a restauração total é tida como impossível

Beatriz Missagia, membro de pesquisa sobre a biodiversidade da Mata Atlântica do médio rio Doce.

A flora e a fauna dos rios Gualaxo do Norte e Doce nunca mais serão as mesmas."A perda de habitat é enorme, e o dano provocado no ecossistema é irreversível", explica o ambientalista Marcus Vinicius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão, que monitora a atividade econômica e seus impactos ambientais nas bacias hidrográficas dos principais rios mineiros pela Universidade Federal de Minas Gerais. "Qualquer ação a ser tomada agora é para mitigar os efeitos do impacto da lama." 

Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), estima-se que foram lançados 50 milhões de m³ de rejeito de mineração (o suficiente para encher 20 mil piscinas olímpicas). A lama atingiu diretamente o Gualaxo do Norte, afluente do rio Doce. A enxurrada avança pela calha do Doce, que corta cidades de Minas Gerais e Espírito Santo até desaguar no oceano Atlântico.

O grande montante de lama com rejeitos de minério de ferro e manganês está bloqueando o curso natural dos rios. Com isso, a água corrente começa a buscar alternativas para fluir, e a escolha pode não levar a um final feliz.

O novo caminho pode levar os rios à extinção. "Existe a possibilidade de o rio perder força e se dividir em lagoas", diz Missagia. 

As lagoas também podem morrer. "Além dos minérios de ferro, a lama trouxe consigo esgoto, pesticidas e até agrotóxicos das terras por onde passou. Essas substâncias aceleram a produção de algas e bactérias, que rapidamente cobrirão as lagoas, formando um tapete verde que impede a fotossíntese dentro d'água. Se não há fotossíntese, não há oxigênio. Sem oxigênio os animais, vegetais e bactérias não têm chance de sobreviver", explica.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2015/11/13/rio-doce-precisa-de-acoes-para-garantir-sobrevida-e-tera-danos-por-decadas.htm


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

NADA DE ROUPAS PRETAS NO VERÃO PESSOAL!

O albedo foi o objeto de estudo central para esta intervenção, que finaliza o projeto intitulado "Consciência Socioambiental: Uma proposta para o Ensino de Geografia", integrando conteúdos relacionados à temática do Clima, da Vegetação e da Urbanização (a pedido da professora) em um único ato, sempre direcionados pela discussão da Geografia.
Partimos de uma experiência simples mas que quando aplicada à dinâmica da cidade é capaz de revelar muitas de nossas dúvidas, principalmente às que dizem respeito ao conforto térmico, que afeta nossas vidas de forma concreta.


Materiais utilizados: 2 copos de vidro cheios de areia seca, cartolina preta e branca para tampar cada um dos copos e 2 termômetros de fácil visualização acoplados às superfícies recém formadas.
Após a exposição ao sol por alguns minutos obtivemos os seguintes resultados: na superfície branca o marcador eleva-se de maneira lenta e gradual até atingir a temperatura de 36°C enquanto que a superfície de cor preta eleva-se rapidamente até atingir o máximo de temperatura proporcionado pelo termômetro em questão, 43°C. Em seguida retira-se a tampa dos copos a fim de medir a temperatura da areia, sendo que a que se encontrava no copo de superfície branca chegou a 34°C enquanto que a do pote de superfície preta atingiu 38°C.
Fica claro que a quantidade de calor refletido varia de acordo com a cor da superfície, as mais claras refletem mais do que absorvem enquanto que as mais escuras absorvem mais do que refletem. Portanto, nada de roupas pretas no verão em pessoal!

Partindo desta experiencia tornou-se possível explicações relacionadas ao clima urbano e uma apresentação rápida do caso de Viçosa/MG, dada a proximidade dos envolvidos com a cidade.
Brisa de montanha, verticalização, ilha de calor, comparação entre centro e periferia, cor das construções, o centro e a UFV dentre outros tópicos...


É interessante lembrar que a vegetação ou o reflorestamento surge em meio ao debate como uma alternativa à problemática do conforto térmico, entretanto como podemos visualizar na imagem abaixo seus respectivos albedos máximos (asfalto e árvore) são muito próximos (0,18 e 0,20). O que explica esta evidência?


Enquanto o asfalto absorve o calor e não o utiliza em mais nenhum outro processo a árvore e a vegetação em geral o transforma em fonte de energia no processo de fotossíntese, atuando como um verdadeiro ar condicionado natural.


 
                               

Enfim, obrigado a todos os envolvidos durante esse tempo de convivência, professores, colegas bolsistas e principalmente a toda essa molecada dos 1ºs anos 3, 5, 8 e 9 (e obviamente a escola como um todo) que dão trabalho (e muito!) mas também proporcionam grandes risadas e momentos de aprendizado.

Como mensagem final, dentro daquilo que comentamos durante as aulas, nunca se esqueçam de que tudo está conectado, homem e natureza compondo um todo chamado vida. E é dessa relação que vivemos, crescemos e sobrevivemos.

Obrigado pela paciência e audiência, até a próxima!

Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Gilvan Sampaio de. Mudanças Climáticas: ensino fundamental e médio. Brasília: MEC. SEB; MCT; AEB, 2009.






domingo, 15 de novembro de 2015

Mineração: Reflexões...

Imagem de satélite gerada no dia seguinte ao rompimento das barragens em Mariana, em Minas Gerais, mostra como ficou o distrito de Bento Rodrigues após a enxurrada de lama que arrasou o vilarejo de 620 habitantes na quinta-feira. As duas barragens de rejeito de mineração que se romperam desceram em direção às casas destruindo praticamente tudo o que estava no caminho. Onde havia residências, comércios, igrejas e ruas agora há lama, conforme o cartograma desenvolvido e publicado pelo Jornal Folha de São Paulo, a seguir.

O Município de Mariana – MG, localizado na região Central de Minas Gerais vem, nas últimas décadas, de acordo com Sobreira et. al. (2005) em seu trabalho: Cartografia e diagnóstico geoambiental aplicados ao ordenamento territorial do município de Mariana-MG, identifica problemas enfrentando decorrentes da precária gestão e utilização dos recursos do meio físico. Os autores afirmam que, a desconsideração das peculiaridades geológicas e geomorfológicas locais, a pressão exercida sobre o ambiente pelo crescimento acelerado da população e a fragilidade das políticas públicas de planejamento urbano ajudaram a configurar o atual quadro de degradação ambiental local. A complexidade dos componentes geológicos e geomorfológicos, associado às intervenções antrópicas variadas (ocupação de áreas inadequadas, desmatamentos, alteração dos cursos das drenagens, alterações na paisagem, poluição das águas fluviais por efluentes líquidos e pelo descarte irregular e difuso de resíduos sólidos domésticos e entulhos diversos) têm contribuído intensamente para o surgimento de problemas geoambientais, principalmente, nas áreas mais intensamente ocupadas.  Isso hoje se vê acontecendo. E se vivencia de maneira dramática as consequências da mineração, que no Estado de Minas Gerais, não é novidade.


Hoje, infelizmente, ainda  o distrito de Bento Rodrigues está sob a lama, conforme as imagens de satélite que você pode vê a seguir, publicado no Jornal Zero Hora de Porto Alegre. Mas, os impactos desse desastre não são apenas locais. A bacia do rio Doce em quase toda a sua extensão foi atingida pela lama que vazou.

A bacia do rio Doce, conforme a figura a seguir, demonstrar extensão do impacto. a no canto inferior esquerdo, você localiza Mariana, local do rompimento das barragens.




Os danos ambientais causados pela passagem da enxurrada de lama, provocada pelo rompimento de barragens da Samarco em Mariana (MG), são drásticos, devem se estender por ao menos duas décadas, e, mesmo assim, a restauração total é tida como impossível. 
A lama "cimentou" o bioma e pode até ter causado a extinção de animais e plantas que só existiam ali --a natureza local morreu soterrada.
Além disso, a bacia do rio Doce ficou vulnerável e terá de criar um novo curso.
É uma catástrofe, não há como dimensionar os danos. Creio que levaremos ao menos vinte anos para reverter parte do processo, restaurar será impossível
Beatriz Missagia, professora que pesquisou a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica do médio rio Doce. A flora e a fauna dos rios Gualaxo do Norte e Doce nunca mais serão as mesmas."A perda de habitat é enorme, e o dano provocado no ecossistema é irreversível", explica o ambientalista Marcus Vinicius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão, que monitora a atividade econômica e seus impactos ambientais nas bacias hidrográficas dos principais rios mineiros pela Universidade Federal de Minas Gerais. "Qualquer ação a ser tomada agora é para mitigar os efeitos do impacto da lama."



Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), estima-se que foram lançados 50 milhões de m³ de rejeito de mineração (o suficiente para encher 20 mil piscinas olímpicas). A lama atingiu diretamente o Gualaxo do Norte, afluente do rio Doce. A enxurrada avança pela calha do Doce, que corta cidades de Minas Gerais e Espírito Santo até desaguar no oceano Atlântico.
O grande montante de lama com rejeitos de minério de ferro e manganês está bloqueando o curso natural dos rios. Com isso, a água corrente começa a buscar alternativas para fluir, e a escolha pode não levar a um final feliz. O novo caminho pode levar os rios à extinção. "Existe a possibilidade de o rio perder força e se dividir em lagoas", diz Missagia.
As lagoas também podem morrer. "Além dos minérios de ferro, a lama trouxe consigo esgoto, pesticidas e até agrotóxicos das terras por onde passou. Essas substâncias aceleram a produção de algas e bactérias, que rapidamente cobrirão as lagoas, formando um tapete verde que impede a fotossíntese dentro d'água. Se não há fotossíntese, não há oxigênio. Sem oxigênio os animais, vegetais e bactérias não têm chance de sobreviver", explica.


sábado, 10 de outubro de 2015

O relevo de Teixeiras

No mês de Junho, dando sequência ao projeto "Aulas Práticas no Ensino de Geografia", foi realizado com as turmas do primeiro ano da Escola Estadual Dr. Mariano da Rocha um trabalho de campo próximo à escola, com o objetivo de visualizar e compreender um pouco mais sobre o relevo de Teixeiras e como este está presente no cotidiano dos alunos. Para auxiliá-los e dar início a discussão sobre o relevo de Teixeiras, foi elaborado um trajeto usando imagens do Google Earth, possibilitando aos estudantes se localizarem e terem uma visão espacial diferente, em relação a escola e aos locais próximos dali. Além disso, foi proposto algumas dicas de observações/reflexões para serem feitas ao longo do caminho até o ponto de observação. Durante a aula, foi possível observar/discutir qual é a forma de relevo da cidade, as cores e a profundidade do solo, a rocha de origem, como o relevo está presente no dia a dia dos alunos, a importância do tipo de relevo (mar-de-morros) de Teixeiras e até mesmo pensar no passado desse relevo, que um dia já foi um chapadão.
Anteriormente às aulas de campo, foi planejada e realizada uma aula expositiva (com auxílio de um slide) em que foi apresentada/discutida questões como: o que é relevo, os agentes (endógenos e exógenos) de relevo, o papel do intemperismo, da erosão, do transporte e da sedimentação para a formação do mesmo e, também, a diferença entre estrutura e forma do relevo. Ademais, foi usado na montagem do slide, fotos que representam as principais formas de relevo, como também um mapa sobre a classificação do relevo brasileiro.

Abaixo segue algumas fotos registradas pela Ana Honorio e Philipe Sek.




1º ano 5
























1º ano 3

1º ano 8