quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Por trás dos mapas


Objetivo(s) 
■ Refletir sobre as diferentes maneiras de representar e ler o mundo.
■ Aprimorar a senso crítico sobre a ideologia por trás dos mapas convencionais.
■ Conhecer outras formas de representação.
Conteúdo(s) 
■ História da cartografia e mapas-múndi.
■ Projeções cartográficas.
■ geopolítica e representação em mapas.

Tempo estimado 
Quatro aulas.
Material necessário 
Cópias de um resumo do texto História da Cartografa, do Atlas Geográfco Escolar do Instituto Brasileiro de Geografa e Estatística (IBGE), feito pelo consultor deste plano e disponível em abr.ai/resumo-geo, pôster da Nova Escola com a austrália no centro do globo (disponível para download aqui ou clicando na imagem abaixo), um mapa-múndi comum e reproduções diversas de mundo citadas a seguir.
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Comece a sequência com a problematização sobre o tema. apresente o mapa-múndi do pôster e solicite que os alunos o observem. Peça que comentem o que há de estranho na imagem. Foque a discussão na impressão de que a Terra está de cabeça para baixo. Anote no quadro as considerações. Faça uma síntese da discussão realçando a ideologia embutida na escolha da projeção e na disposição dos países numa representação cartográfica.
2ª etapa 
Apresente o resumo do texto História da Cartografia, leia-o com a classe e discuta as questões abaixo:

1. Qual é a principal função dos mapas, desde a antiguidade?

2. Que exemplos do texto expressam o poder dos mapas em reafirmar visões de mundo?

3. No período das grandes navegações, os mapas começam a ser elaborados com base em observações e registros das descobertas de diferentes lugares. onde estava o ponto de referência inicial para a criação desses mapas?

4. Por que, durante muitos séculos, os mapas foram um privilégio da elite?

Na questão 1, a turma deve perceber que, ao longo da história, os mapas têm sido fontes importantes de informação sobre os lugares e territórios.

Com relação à questão 2, um exemplo é o mapa T-o, usado na idade média para reforçar as ideias da igreja Católica (Jerusalém estava no centro do mundo).

Na 3, a classe deve notar que os navegantes europeus começam a elaborar mapas a partir das costas litorâneas da Europa.

Sobre a 4, pode concluir que os mapas, por ser fontes de conhecimento, eram instrumentos de poder. Registre no quadro os pontos principais da discussão e proponha que todos anotem.
3ª etapa 
Apresente o mapa Typus Orbis Terrarum, disponível em abr.ai/mapa-typus. Oriente a turma a ler as informações contidas nele e pergunte: “De que data é o mapa e por que o mundo está assim representado?”. A classe deve ver o ano (1570) e associá-lo às grandes navegações, concluindo que é mostrado o ponto de vista dos descobridores. Explique que esse é um dos primeiros mapas a representar o mundo, destacando a grande distorção dos territórios localizados próximo aos polos.
Eles foram dilatados e, por isso, a Europa parece maior do que de fato é em comparação às áreas próximas ao Equador. Retome as conclusões registradas na etapa anterior. Coloque os aspectos principais no quadro para que a classe anote.

Proponha e oriente uma pesquisa no laboratório de informática sobre o cartógrafo Gerardus mercator (1512-1594). Ela deve conter quem foi ele, que contribuições trouxe para a cartografia e quais influências deixou para a elaboração e a consulta dos mapas-múndi atuais. Sugira o siteabr.ai/infoescola. Caso não haja computadores, a
pesquisa pode ser feita em casa ou em lanhouses.

Em seguida, mostre aos alunos um mapa-múndi político comum, com a Europa na parte superior, ao centro. Pergunte qual associação pode ser feita entre ele e o de mercator. a turma deve perceber que ambos trazem uma visão eurocêntrica. Problematize como essa representação influencia a leitura mencionando que o fato de o continente europeu estar no norte carrega uma ideologia, pois há a crença de que os países que estão acima são superiores.
4ª etapa 
Forme grupos e proponha os seguintes desafios:

1. Numa viagem de avião do Brasil à angola se sobrevoa qual oceano?

2. Para ir do méxico ao Japão de barco, é mais rápido viajar por qual oceano?

3. Num voo do Peru à austrália que percorresse a menor distância se sobrevoaria qual oceano?

As questões têm caráter diagnóstico. Por meio das respostas, é possível verificar se os estudantes entenderam que o mundo é arredondado. Portanto, a parte oeste do continente americano se junta à parte leste da Ásia. Caso veja que os alunos estão com dificuldade em responder, pegue um globo terrestre político para retomar e reforçar as explicações.

Por fim, distribua aos grupos mapas-múndi políticos em projeções que destaquem outros continentes ou países no centro (aproveite o pôster da revista Nova Escola e a representação disponível em abr.ai/mapa-eua). Solicite que cada grupo analise e comente vantagens e desvantagens de cada mapa do ponto de vista de um dos países representados. É importante que as opiniões tenham como base as discussões feitas até o momento – ideologia, poder de manipulação da representação dos mapas com base na escolha da projeção etc.
Avaliação 
Analise a participação individual dos alunos nos debates, nas leituras e nas contribuições feitas durante as aulas; avalie a participação deles na cooperação em trabalhos em grupo
e na socialização das produções com a classe. A coerência argumentativa é um importante parâmetro para avaliar a aprendizagem: os alunos devem ter ampliado seus conhecimentos sobre cartografia, entendendo que não existe um “mapa de ponta-cabeça”. Eles devem ter entendido que há diferentes projeções cartográficas e que, dependendo do interesse, o mundo pode aparecer no mapa de diversas maneiras. Se perceber que essa ampliação de conhecimento não ocorreu, faça intervenções e retome as explicações.