A CONSTRUÇÃO DE
INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS ALTERNATIVOS COMO DIDÁTICA DA CLIMATOLOGIA NO
ENSINO BÁSICO.
Robson Rodrigues Quina
Graduando em Geografia pela
Universidade Federal de Viçosa
Integrante do Laboratório de
Biogeografia e Climatologia – BIOCLIMA UFV
Introdução
O trabalho aqui descrito foi desenvolvido perante aos graduandos de
licenciatura do curso de Geografia da Universidade Federal de Viçosa (UFV),
inclusos no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID). Neste
sentido o presente trabalho tem como fundamentação construir equipamentos meteorológicos
que contribuam para a compreensão dos alunos sobre determinados processos
físicos da natureza, dentre eles se destacam chuva, vento, temperatura, etc., e
qual a influencia desses processos sobre a vida humana e na paisagem cotidiana como
um todo. Para isso faz-se necessário à colocação da Geografia como uma importante
ferramenta didática para se entender o ambiente em que vivemos, fato esse que
fica bem exposto na fala de Nestor Kaercher:
“Partimos do
pressuposto que a Geografia é um ramo do conhecimento que, tal qual a matemática,
a língua materna, a história, etc., tem uma linguagem especifica, própria e
como tal é necessário “alfabetizar o aluno em geografia” para que ele não só se
aproprie do vocabulário especifico desta área de conhecimento, mas, sobretudo,
se capacite para a “leitura-entendimento do espaço geográfico” próximo ou
distante”. (KAERCHER, 2003,
p. 12.)
Nesse sentido de termos que “alfabetizar nossos alunos para a
Geografia”, o ensino de tal ciência, tem como objetivo geral levar o aluno à
compreensão do espaço em que nele está inserido possibilitando assim que no
futuro o mesmo possa vir a oferecer uma interferência de maneira mais
consciente e propositiva para o meio em que este está inserido.
Objetivos específicos
da oficina:
A oficina foi toda ela construída para ser
aplicada a alunos de diferentes idades inclusos no ensino fundamental e médio
da educação básica. Com isso a proposta inicial da oficina tem como principais
objetivos específicos:
·
Tornar o
conhecimento da Geografia menos abstrato e mais palpável para esses alunos;
·
Mostrar aos
alunos uma maior aplicabilidade do saber geográfico;
·
Demonstrar
a eles que a Geografia assim como as outras disciplinas também está presente em
seu cotidiano;
·
Fazer com
que os alunos entendam e possam correlacionar alguns fenômenos que ocorrem em
seu meio e também no mundo;
·
Fazer com
que os alunos busquem mais interesse pela ciência geográfica;
Conteúdo
O conteúdo trabalhado nessa oficina se baseou
fundamentalmente na “construção de instrumentos (equipamentos) meteorológicos
alternativos que virão a ser aplicados no ensino básico”. Para tal aplicação se
utilizou de conceitos estruturantes tais como Paisagem, Escala e Lugar.
A oficina se estruturou a partir da construção
de basicamente de 4 (quatro) equipamentos meteorológicos, sendo estes:
Pluviômetro¹, Termômetro², Biruta³ e Anemômetro4.
Para a construção desses foram necessários
alguns materiais, uns recicláveis outros não, sendo a aquisição desses
realizados através de doações e também de compra destes. Os materiais que são
necessários para a confecção são:
- 2 Garrafas PET;
- 2 Caixas de sapatos;
- 2 Latas vazias de leite em pó;
- 2 Caixas vazias de leite;
- 1 Haste de madeira de 1 metro de comprimento;
- 5 Alfinetes;
- 1 Rolo de Barbante;
- 6 Canudos de refrigerante;
- 2 Cartolinas;
- 2 Tubos pequenos de cola;
- 1 Compasso;
- 1 Fita adesiva;
- 4 Folhas de papel cartão;
- 1 Caixa de Massa de modelar com 04 cores;
- 1 Caixa de Palito de dente;
- 8 Palitos de madeira para churrasco;
- 2 Pincéis;
- 01 Régua (15cm);
- 2 Termômetros de ar simples;
- 4 Tesouras;
·
2 Tubos de
tinta branca.
1)
O Pluviômetro¹:
Função: Coletar e mensurar dados de chuvas.
Materiais
Utilizados: garrafa
PET, fita adesiva, tinta guache, barbante, tesoura e haste de madeira de 1
metro de comprimento.
Passo-a-passo: Com uma tesoura, corte a parte superior da
garrafa PET horizontalmente. Essa parte retirada deve ser invertida e encaixada
dentro da outra parte da garrafa e nesta fixada com fita adesiva. A escala para
medir a água a ser coletada foi feita com a tinta guache. Em seguida, fixe esse
pluviômetro, com um pedaço de barbante, na haste de madeira (1m). Inicialmente iremos discutir um pouco de como
se deu a ocupação urbana no Brasil, contextualizando a mesma e destacando os
principais fatores que levaram a essa concentração de pessoas nas cidades,
apresentado assim slides sobre o conteúdo. Também será apresentada aos alunos
uma maquete que representa um tipo de ocupação urbana, para que os alunos
visualizem e destaquem quais problemas podem decorrer diante de uma ocupação
irregular em áreas urbanas.
2)
O Termômetro²:
Função: Mensurar a temperatura do ar.
Materiais
utilizados: Termômetro
de temperatura do ar, caixa de sapato, fita adesiva, pincel e tinta branca.
Passo-a-passo: Pintar a parte exterior caixa de sapato a
parte exterior com pincel e tinta. Em seguida, fixar o termômetro, com fita
adesiva, dentro dessa caixa que funcionará como um abrigo para o termômetro não
receber diretamente os raios solares;
Função: Observar a direção e o sentido dos ventos.
Materiais
utilizados: uma lata
vazia de leite em pó, cartolina, canudos de refrigerante, palito para
churrasco, tesoura, compasso, massa de modelar e cola.
Passo-a-passo: Fazer com a cartolina, dois triângulos
equiláteros de 3 cm de lado e fixá-los, cada um, nas extremidades de um canudo
de refrigerante para representar, respectivamente, o ponteiro e a cauda de um
instrumento. Colocar um palito de churrasco dentro de outro canudo, de forma
que fique exposta a ponta desse palito. Na cartolina desenhe com compasso e
posteriormente recorte um círculo com o mesmo diâmetro do fundo da lata de
leite em pó. Este circulo receberá o desenho dos pontos cardeais e este será
colado na base da lata de leite em pó.
O cata-vento será montado da seguinte madeira: o palito de churrasco será
fixado perpendicularmente sobre a base e no centro da lata de leite, com
auxílio da massa de modelar. Em seguida, o canudo de refrigerante com os
triângulos será fixado transversalmente neste palito de churrasco.
4)
O Anemômetro4
Função: observar a intensidade do vento.
Materiais
utilizados: uma caixa
no formato retangular (recomenda-se caixas de leite), palito de churrasco,
canudo de refrigerante, régua, fita adesiva, papel cartão, tesoura, alfinete e
lápis.
Passo-a-passo: Com um lápis apoiado na régua de 15 cm,
colocada na extremidade do papel cartão, desenhe um quarto de um círculo
recorte o mesmo e nele trace oito raios. Este semicírculo servirá de escala
para medirmos a intensidade do vento. Em seguida, dentro de dois canudos de
refrigerante, coloque em cada um, um palito de churrasco, respectivamente, para
servir de pêndulo e para fixar esse pêndulo. O anemômetro é construído da
seguinte maneira: Na frente e na extremidade da caixa de leite coloca-se a
escala. Sobre e no meio da caixa foi fixado, com fita adesiva, o palito de
churrasco. Em sua ponta e perpendicularmente foi fixado, com alfinete, o outro
palito de churrasco que tinha a função de pêndulo. Quando o vento soprava, o
pêndulo movimentava e indicava na escala a sua intensidade.
A respeito da confecção
dos instrumentos meteorológicos alternativos, todos os passos foram passados
através da apresentação de slides, com imagens alusivas a confecção desses
instrumentos.
Toda a montagem dos equipamentos foi realizada
pelos bolsistas do PIBID onde esses se dividiram em grupos e cada um
confeccionou um tipo de instrumento diferente.
Considerações
Finais
A ideia de levar equipamentos para a sala de aula, independentemente da
disciplina na qual se trabalha, é completamente satisfatório muita das vezes,
tanto para os alunos quanto para os professores, uma vez que essa construção do
conhecimento apresenta uma abordagem diferente da tradicional. E com isso os
benefícios podem ser muitos quanto se cria esse tipo de aprendizagem mais
prática, uma vez que a construção do conhecimento nesses momentos fica mais
“palpável”, uma vez que os alunos conseguem ver algum tipo de aplicabilidade
para o fato que está sendo abordado.
Por isso a meu ver, essas intervenções dentro do espaço escolar podem
trazer muitos pontos positivos dentro da relação professor-aluno-aprendizagem,
trazendo um sentido prático ao conhecimento apresentado.
Referencia Bibliográfica:
·
KAERCHER,
Nestor André. A Geografia é o Nosso
Dia-a-dia. In: CASTROGIOVANI, Carlos. [et all.]. (orgs). Geografia
em Sala de Aula: Práticas e Reflexões. 4. ed. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2003.
·
VASCONCELOS,
Laura Cristina da Silva. A construção de instrumentos meteorológicos como
prática didática da climatologia no ensino fundamental. REVISTA GEONORTE, Edição Especial 2,
V.1, N.5, p.34 – 45, 2012.
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