quarta-feira, 15 de abril de 2015

A CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS ALTERNATIVOS COMO DIDÁTICA DA CLIMATOLOGIA NO ENSINO BÁSICO.

A CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS METEOROLÓGICOS ALTERNATIVOS COMO DIDÁTICA DA CLIMATOLOGIA NO ENSINO BÁSICO.

Robson Rodrigues Quina
Graduando em Geografia pela Universidade Federal de Viçosa
Integrante do Laboratório de Biogeografia e Climatologia – BIOCLIMA UFV

Introdução
O trabalho aqui descrito foi desenvolvido perante aos graduandos de licenciatura do curso de Geografia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), inclusos no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID). Neste sentido o presente trabalho tem como fundamentação construir equipamentos meteorológicos que contribuam para a compreensão dos alunos sobre determinados processos físicos da natureza, dentre eles se destacam chuva, vento, temperatura, etc., e qual a influencia desses processos sobre a vida humana e na paisagem cotidiana como um todo. Para isso faz-se necessário à colocação da Geografia como uma importante ferramenta didática para se entender o ambiente em que vivemos, fato esse que fica bem exposto na fala de Nestor Kaercher: 

“Partimos do pressuposto que a Geografia é um ramo do conhecimento que, tal qual a matemática, a língua materna, a história, etc., tem uma linguagem especifica, própria e como tal é necessário “alfabetizar o aluno em geografia” para que ele não só se aproprie do vocabulário especifico desta área de conhecimento, mas, sobretudo, se capacite para a “leitura-entendimento do espaço geográfico” próximo ou distante”. (KAERCHER, 2003, p. 12.)


Nesse sentido de termos que “alfabetizar nossos alunos para a Geografia”, o ensino de tal ciência, tem como objetivo geral levar o aluno à compreensão do espaço em que nele está inserido possibilitando assim que no futuro o mesmo possa vir a oferecer uma interferência de maneira mais consciente e propositiva para o meio em que este está inserido.




Objetivos específicos da oficina:
A oficina foi toda ela construída para ser aplicada a alunos de diferentes idades inclusos no ensino fundamental e médio da educação básica. Com isso a proposta inicial da oficina tem como principais objetivos específicos:
·         Tornar o conhecimento da Geografia menos abstrato e mais palpável para esses  alunos;
·         Mostrar aos alunos uma maior aplicabilidade do saber geográfico;
·         Demonstrar a eles que a Geografia assim como as outras disciplinas também está presente em seu cotidiano;
·         Fazer com que os alunos entendam e possam correlacionar alguns fenômenos que ocorrem em seu meio e também no mundo;
·         Fazer com que os alunos busquem mais interesse pela ciência geográfica;

Conteúdo
O conteúdo trabalhado nessa oficina se baseou fundamentalmente na “construção de instrumentos (equipamentos) meteorológicos alternativos que virão a ser aplicados no ensino básico”. Para tal aplicação se utilizou de conceitos estruturantes tais como Paisagem, Escala e Lugar.

Construção da Oficina
A oficina se estruturou a partir da construção de basicamente de 4 (quatro) equipamentos meteorológicos, sendo estes: Pluviômetro¹, Termômetro², Biruta³ e Anemômetro4.

Para a construção desses foram necessários alguns materiais, uns recicláveis outros não, sendo a aquisição desses realizados através de doações e também de compra destes. Os materiais que são necessários para a confecção são:

  • 2 Garrafas PET;
  • 2 Caixas de sapatos;
  • 2 Latas vazias de leite em pó;
  • 2 Caixas vazias de leite;
  • 1 Haste de madeira de 1 metro de comprimento;
  • 5 Alfinetes;
  • 1 Rolo de Barbante;
  • 6 Canudos de refrigerante;
  • 2 Cartolinas;
  • 2 Tubos pequenos de cola;
  • 1 Compasso;
  • 1 Fita adesiva; 
  • 4 Folhas de papel cartão;
  • 1 Caixa de Massa de modelar com 04 cores;
  • 1 Caixa de Palito de dente;
  • 8 Palitos de madeira para churrasco;
  • 2 Pincéis;
  • 01 Régua (15cm);
  • 2 Termômetros de ar simples;
  • 4 Tesouras;
·         2 Tubos de tinta branca.






1)      O Pluviômetro¹:
Função: Coletar e mensurar dados de chuvas.

Materiais Utilizados: garrafa PET, fita adesiva, tinta guache, barbante, tesoura e haste de madeira de 1 metro de comprimento.
Passo-a-passo: Com uma tesoura, corte a parte superior da garrafa PET horizontalmente. Essa parte retirada deve ser invertida e encaixada dentro da outra parte da garrafa e nesta fixada com fita adesiva. A escala para medir a água a ser coletada foi feita com a tinta guache. Em seguida, fixe esse pluviômetro, com um pedaço de barbante, na haste de madeira (1m).  Inicialmente iremos discutir um pouco de como se deu a ocupação urbana no Brasil, contextualizando a mesma e destacando os principais fatores que levaram a essa concentração de pessoas nas cidades, apresentado assim slides sobre o conteúdo. Também será apresentada aos alunos uma maquete que representa um tipo de ocupação urbana, para que os alunos visualizem e destaquem quais problemas podem decorrer diante de uma ocupação irregular em áreas urbanas.

2)      O Termômetro²:
Função: Mensurar a temperatura do ar.
Materiais utilizados: Termômetro de temperatura do ar, caixa de sapato, fita adesiva, pincel e tinta branca.
Passo-a-passo: Pintar a parte exterior caixa de sapato a parte exterior com pincel e tinta. Em seguida, fixar o termômetro, com fita adesiva, dentro dessa caixa que funcionará como um abrigo para o termômetro não receber diretamente os raios solares;

3)      O Biruta³:
Função: Observar a direção e o sentido dos ventos.
Materiais utilizados: uma lata vazia de leite em pó, cartolina, canudos de refrigerante, palito para churrasco, tesoura, compasso, massa de modelar e cola.
Passo-a-passo: Fazer com a cartolina, dois triângulos equiláteros de 3 cm de lado e fixá-los, cada um, nas extremidades de um canudo de refrigerante para representar, respectivamente, o ponteiro e a cauda de um instrumento. Colocar um palito de churrasco dentro de outro canudo, de forma que fique exposta a ponta desse palito. Na cartolina desenhe com compasso e posteriormente recorte um círculo com o mesmo diâmetro do fundo da lata de leite em pó. Este circulo receberá o desenho dos pontos cardeais e este será colado na base da lata de leite em pó.
O cata-vento será montado da seguinte madeira: o palito de churrasco será fixado perpendicularmente sobre a base e no centro da lata de leite, com auxílio da massa de modelar. Em seguida, o canudo de refrigerante com os triângulos será fixado transversalmente neste palito de churrasco.





4)      O Anemômetro4
Função: observar a intensidade do vento.
Materiais utilizados: uma caixa no formato retangular (recomenda-se caixas de leite), palito de churrasco, canudo de refrigerante, régua, fita adesiva, papel cartão, tesoura, alfinete e lápis.

Passo-a-passo: Com um lápis apoiado na régua de 15 cm, colocada na extremidade do papel cartão, desenhe um quarto de um círculo recorte o mesmo e nele trace oito raios. Este semicírculo servirá de escala para medirmos a intensidade do vento. Em seguida, dentro de dois canudos de refrigerante, coloque em cada um, um palito de churrasco, respectivamente, para servir de pêndulo e para fixar esse pêndulo. O anemômetro é construído da seguinte maneira: Na frente e na extremidade da caixa de leite coloca-se a escala. Sobre e no meio da caixa foi fixado, com fita adesiva, o palito de churrasco. Em sua ponta e perpendicularmente foi fixado, com alfinete, o outro palito de churrasco que tinha a função de pêndulo. Quando o vento soprava, o pêndulo movimentava e indicava na escala a sua intensidade.
       
            A respeito da confecção dos instrumentos meteorológicos alternativos, todos os passos foram passados através da apresentação de slides, com imagens alusivas a confecção desses instrumentos.
Toda a montagem dos equipamentos foi realizada pelos bolsistas do PIBID onde esses se dividiram em grupos e cada um confeccionou um tipo de instrumento diferente.

Considerações Finais
A ideia de levar equipamentos para a sala de aula, independentemente da disciplina na qual se trabalha, é completamente satisfatório muita das vezes, tanto para os alunos quanto para os professores, uma vez que essa construção do conhecimento apresenta uma abordagem diferente da tradicional. E com isso os benefícios podem ser muitos quanto se cria esse tipo de aprendizagem mais prática, uma vez que a construção do conhecimento nesses momentos fica mais “palpável”, uma vez que os alunos conseguem ver algum tipo de aplicabilidade para o fato que está sendo abordado.
Por isso a meu ver, essas intervenções dentro do espaço escolar podem trazer muitos pontos positivos dentro da relação professor-aluno-aprendizagem, trazendo um sentido prático ao conhecimento apresentado.

Referencia Bibliográfica:

·         KAERCHER, Nestor André. A Geografia é o Nosso Dia-a-dia. In: CASTROGIOVANI, Carlos. [et all.]. (orgs). Geografia em Sala de Aula: Práticas e Reflexões. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.
·         VASCONCELOS, Laura Cristina da Silva. A construção de instrumentos meteorológicos como prática didática da climatologia no ensino fundamental. REVISTA GEONORTE, Edição Especial 2, V.1, N.5, p.34 – 45, 2012.