quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Mar de Lama Continua...Uma Agonia do Rio Doce

Mais de um mês após o rompimento da barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na região Central do Estado, a lama de rejeitos de mineração continua a chegar ao rio Doce. O plano para a contenção do material ainda não tem previsão para ser concluído. Enquanto isso, moradores dos municípios ao longo do curso d’água sofrem para conseguir água limpa. Segundo a assessoria de imprensa da Samarco, proprietária da barragem, a mineradora começou a construir dois diques de 10 m de altura, capazes de reter 2,7 milhões de sedimentos. O objetivo é liberar a água mais limpa e barrar o material sólido, evitando que as chuvas levem sedimentos para o rio Gualaxo, que desemboca no rio Doce. Não foi informado o prazo para terminar as estruturas.


Outras ações informadas pela mineradora são a dragagem da barragem de Santarém, uso de sacos de tecido especial para o armazenamento dos rejeitos e limpeza das áreas afetadas nas cidades de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado.

Fonte: Jornal o tempo, 2/12/2015.

Cenário. Conforme o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), a lama continua a descer da barragem, escorrendo até o ribeirão do Carmo, em Bento Rodrigues, e chega ao rio Doce. O volume de rejeitos, ainda desconhecido, é intensificado em dias de chuva.
Segundo o geólogo da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Eduardo Marx, grande parte da lama que desceu da barragem de Fundão está presa na Usina Risoleta Neves (represa de Candonga) e também nas áreas urbanas das cidades afetadas. “Candonga tinha antes 60 m de profundidade e agora está só com 10 m. É necessário dragar a lama de lá. O escoamento do material vai depender das chuvas”, afirmou.


O especialista, que participa de um estudo especial em curso para analisar o impacto do rompimento, a pedido do Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG), afirma que o escoamento de toda a lama do rio Doce, proveniente de Fundão, pode demorar anos para chegar, por completo, ao mar. “É preciso limpar o material e levá-lo para pequenos bota-foras ao longo do rio”, adiantou.

Foz do Rio Doce e a Lama que desceu de Mariana-MG

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